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«Enquanto houver um peixeiro a gritar, vamos estar aqui, na luta»

Por: LSC   |   08-03-2018  |  Voleibol   |  
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Adelso Gonçalves do Nascimento Júnior está a cumprir a sua segunda época no Leixões Sport Club. Nascido no Brasil, mais precisamente em São Paulo, Adelso desde cedo começou a praticar voleibol. Depois de muitos anos a jogar em clubes brasileiros chega ao Leixões na época 2016/2017 e logo se destacou pela sua altura.

Em entrevista ao leixoessc.pt, mostrou-se rendido à paixão dos adeptos do Leixões, aspeto que para ele é fundamental dentro do retângulo de jogo, falou ainda sobre o seu passado a nível desportivo, sobre a atual época do velhinho do mar e as suas ambições a nível pessoal. Deixa um elogio à época das sereias e dá uma palavra de apoio para que revalidem o título de campeãs nacionais.

Nasceste em São Paulo no Brasil. Como miúdo nunca tiveste uma paixão particular pelo futebol?
Comecei no futebol. Desde cedo que me apercebi que no meu país, se quisesse conseguir alguma coisa, ou tinha que estudar ou então ia ter que optar pelo desporto. E como nunca fui um rapaz que gostasse muito de estudar resolvi ir para o desporto.

Em que clube começaste a jogar futebol?
Comecei no Várzea. Jogava como guarda-redes.

"O Leixões tem
uma grande história.
Este nome tem
que ser respeitado."



Já que estamos numa de futebol, qual é o teu clube?

Corinthians. É o melhor clube do mundo.

Mesmo estando longe do teu país, continuas a acompanhar os jogos da tua equipa?
Acompanho, somos o atual campeão brasileiro.

Então, porquê começar a praticar voleibol se adoras futebol e vens de um país onde o futebol é o desporto rei?
Foi basicamente pelo tamanho. Comecei a crescer, a crescer, a crescer… a altura no voleibol conta muito.

Alguém que te influenciasse para praticares voleibol?
Não posso dizer que tenha sido influência. Basicamente uma amiga levou-me a experimentar e pronto. Até hoje continuo a jogar. Estou há 10 anos no voleibol.

Com que idade começaste a jogar nos campeonatos profissionais?
14 ou 15 anos, mas nas provas profissionais comecei com cerca de 17 anos na SuperLiga B pelo Santo André.

Já contas, por isso, com imensos jogos na tua carreira. Tens algum que te tenha marcado?
A final do Paranaense onde fomos campeões. Na altura jogava pelo Araucária e defrontei a minha antiga equipa. Esse jogo foi marcante pois além de termos sido campeões (o que por si já é uma grande alegria), ganhamos 3 a 2 (num jogo alucinante) e o pavilhão estava completamente cheio.

Qual o clube por onde passaste que mais te marcou?
Já passei por alguns clubes mas aquele mais marcante foi sem dúvida o clube da minha infância, o Guarulhus. Foi a equipa que me lançou nesta carreira.

Este é já o teu segundo ano no Leixões. Que comentário tens a fazer sobre estas duas épocas?
O ano passado foi uma época abaixo do esperado. Está época foi-nos dada a oportunidade de voltar e cá estamos a fazer o nosso trabalho. Temos feito um ótimo trabalho e com a ajuda dos adeptos, que têm aparecido em massa, torna-se sempre mais fácil jogar. O plantel tem uma relação ótima, da-mo-nos todos muito bem uns com os outros.


Como já é do teu conhecimento, o Leixões é o clube com mais títulos nacionais em voleibol. Achas que isso influência quem vem para cá jogar?

O Leixões tem uma grande história. Este nome tem que ser respeitado, e isso claro, tem um peso enorme para quem vem para cá jogar.
Quem é novo aqui, durante os primeiros tempos vai sentir-se nervoso não só pela quantidade de adeptos presentes todos os jogos na bancada, mas também pela história do símbolo que carrega ao peito.
Apesar de nos últimos anos ter sido um pouco inconstante, entre descidas, subidas e lutas para não descer, eu acredito que este ano o voleibol do Leixões se está a impor.
Ficamos numa posição confortável na tabela, com mais evidência. Temos feito bons jogos contra equipas principais. Não desrespeitando o passado do Leixões, eu acredito que este clube vai voltar a ter um maior peso a partir deste ano.

Qual é o ambiente no balneário antes dos jogos?
Somos muito descontraídos. Há sempre muita brincadeira antes dos jogos, muita música. Não consigo fazer distinções entre quem está mais nervoso ou mais descontraído.

Costumas levar o ambiente pós-jogo para casa?
Sim, claro. É muito difícil separar as coisas. Quando entramos em campo só pensamos na vitória. A outra equipa é minha inimiga.
Quando perco, fico a remoer naquilo até à próxima vitória. Mas na vitória é igual, também levo esse ambiente para casa.


Os objetivos propostos no inicio da época estão a ser cumpridos?

Sim. O objetivo era ficar entre os 8 primeiros no campeonato, e chegar às meias finais da taça o que ainda não conseguimos porque estamos à espera do sorteio.
Os objetivos trilhados estão a ser cumpridos.

Depois do primeiro objetivo cumprido, que é a qualificação para a fase final, podemos esperar algo mais?
É possível. Sonhamos, e sonhamos mesmo, com uma final do campeonato nacional. Queremos voltar a trazer o passado do voleibol do Leixões e sermos campeões.


E a nível pessoal? Quais objetivos te propuseste?

Queria continuar a fazer a melhor época possível e, como sou o único estrangeiro da equipa, no começo era a questão de muita dúvida. Mas mais tarde as dúvidas viraram certezas e o plantel tem ajudado bastante. O meu maior objetivo era ajudar o Leixões a ser campeão. Era uma enorme alegria. Ou isso, ou ficar no mínimo em 6.º lugar.

Tens acompanhado o vólei feminino? O que tens achado da época das sereias?
As meninas têm um grande técnico, o Mário Martins. Ele é um mestre. São as atuais campeãs e nacionais e têm atletas de seleção como é o caso da Juliana, da Catarina ou da Filipa. Por isso acredito que possam voltar a ser campeãs.

"Enquanto houver um
peixeiro a gritar,
nós vamos estar, aqui na luta"


Sendo tu ainda um rapaz novo e com uma grande margem de evolução, até onde pensas que podes chegar?
O meu objetivo é consolidar uma carreira na europa, ou seja, ser conhecido pelos outros clubes e ganhar títulos. Com trabalho tudo aparece.

Como estás longe da tua família, comunicas regularmente com os teus familiares?
A pior fase é sempre a das festas, mas a evolução da internet ajuda bastante a matar saudades. É sempre mais fácil assim.

Costumas sair com os teu colegas de equipa?
Sim combinamos muita coisa, jantares por exemplo. Somos um grupo muito unido.

Sendo vocês um grupo muito unido, que mensagem queres passar, em nome dos teus colegas, para todos os adeptos do Leixões?
Apenas dizer que enquanto houver um peixeiro a gritar, vamos estar aqui, na luta.